quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Por que ser ateu?



Como Richard Dwakins disse, ninguém é 100% ateu.

Nos últimos dias estive me fazendo essa pergunta, por que me rotular como ateu? A princípio a questão me surgiu por brincadeira e indignação, devido a páginas ateístas no Facebook que exigem respeito das religiões mas não respeitam as religiões, sem contar os comentários hipócritas nessas páginas, mas a questão acabou tomando mais a minha mente do que uma brincadeira tomaria.

Em um resumo rápido e simples encontrado na Wikipédia, ateísmo é precisamente a posição de que não existem divindades, com vertentes como o ateísmo forte que diz que não há provas para a existência e o ateísmo cético que diz que não há provas tanto para existência como para a inexistência. Certa vez Lord Kelvin falou que não havia mais o que fazer no estudo da física além de algumas medidas mais precisas, e então surgiu Maxwell e revolucionou toda a física, desde que li sobre isso tento não pensar nas coisas dessa forma, então como posso afirmar que não existe uma divindade? Entretanto eu não posso confirmar a existência de alguma divindade simplesmente por nunca ter sentido sua existência.

Se existe uma coisa na qual eu escolho não acreditar é na bíblia, cheia de contradições, mentira, morte, um ser onisciente, onipotente e onipresente que não consegue controlar sua criação, um livro escrito pelas mãos do homem, e que nele acreditam cegamente. E a partir da bíblia começa meu desgosto com as religiões. Não vejo mal algum na acreditar em divindades, e da mesma forma não deveriam ver mal em não acreditar, o grande problema são as religiões, que se utilizam de tal crença para se fortalecer, ora, por que a igreja católica precisa de algo como o Vaticano, sendo que tudo que deveria ser necessário é a fé, incrível mesmo são essas ditas igrejas evangélicas, com horário pago na televisão para vender “objetos sagrados”, que atraem fieis com promessas de prosperidade financeira, tudo uma farsa, uma rápida olhada na internet nos mostra fazendas, carros e muito mais ostentados pelos líderes de tais organizações, tudo as custas de um povo que não aguenta mais andar de ônibus lotado e quer comprar seu carro, não aguenta mais pagar aluguel e quer comprar sua casa, quer dar um presente pros filhos, ou seja, quer um pouco da tal felicidade que o dinheiro tem comprado. A crença sem medidas na palavra da bíblia já fez muita gente ter medo do inferno, e ainda faz, é comum ver coisas do tipo “se arrependa enquanto é tempo, Jesus está voltando”, quer dizer que só se faz o que é bom por medo de ser julgado culpado por Jesus? Eu tenho muito mais orgulho em tentar fazer o que é bom pois é o que acredito ser o certo.

Voltando um pouco ao assunto dos comentários na internet, acho ridículo quando vejo algum ateu falando que para os crentes deus é um amigo imaginário, ou algum desprezo parecido, em grande parte essas pessoas foram educadas desde a infância perante a crença em alguma divindade, e isso de certa forma molda as pessoas de maneira que passa a ser realmente difícil simplesmente se questionar “será que o que está escrito aqui é verdade?”. A batalha atual do ateísmo não é tirar a frase “Deus seja louvado”, mas sim ser respeitado, ter sua opinião ouvida, como conseguir tal respeito se antes não respeitar?

Um último pensamento, para encerrar este conjunto, me leva de volta a questão de não poder afirmar que não existe uma divindade, ora, ninguém conseguiu provar que o universo surgiu, não há por que descartar uma alternativa, apesar de poder ser bem duvidosa.

O agnóstico de certa forma acredita que o ser humano não tenha capacidade de dizer como o universos surgiu ou funciona, pra mim isso parece um erro parecido com odo Lord Kelvin. Portanto, aprendendo com o erro de Lord Kelvin, me resta o ateísmo, o cético, o que deve me livrar do tormento de ter que acreditar em algo, eu simplesmente aceito que, por enquanto, não temos as respostas.