domingo, 8 de agosto de 2010

A Questãos Dos Transgenicos

Durante uma disciplina que paguei no curso de Gestão Ambiental me foi apresentado um filme, The Corporation, o filme em si é realmente incrível, mostrando varias atrocidades cometidas por megacorporações, por exemplo, a GE, Nike, Monsanto e por ai vai.
Até ai tudo bem, mostrava o descaso com o meio ambiente por jogar nele resíduos sem o menor cuidado, porem o filme tocou em um assunto que é muito polêmico hoje em dia, a questão dos trangênicos, de como empressas como a Monsanto manipula os genes de plantas e até animais (no caso das vacas leiteiras) para produções mais eficientes.
Não confio muito na minha memória, mas acredito que o filme era completamente contra os transgênicos e qualquer derivado.
O problema todo é que o filme parece analisar a questão muito superficialmente e apenas mostrando os pontos positivos do seu ponto de vista.
Sem me prolongar muito vou apresentar argumentos de um dos descobridores da estrutura do DNA, James Watson, a favor dos transgênicos. Cortei algumas partes que não achei muito importantes, algumas até reescrevi para resumir. Mas a idéia continua a mesma de Watson.


Os transgênicos não são naturais. Praticamente nenhum ser humano, com a possível exceção de alguns poucos verdadeiros povos caçadores/coletores remanescentes, adota uma dieta estritamente “natural”. A verdade é que nossos ancestrais vêm escarafunchando esses domínios há milênios.
Os primeiros cultivadores de plantas cruzavam espécies diferentes, criando assim espécies inteiramente novas, sem equivalentes diretas na natureza. A diferença para a biotecnologia é que com ela podemos escolher nos mínimos detalhes o que queremos mudar.

Os transgênicos introduzirão alérgenos e toxinas em nossa comida. Também aqui, a grande vantagem das tecnologias transgênicas atuais é o grau de precisão que nos propiciam para determinar como desejamos modificar uma planta. Se sabemos que certas substâncias provocam reações alérgicas, nós as evitamos. Mas esse temor persiste, talvez em parte por causa de uma história muito divulgada sobre a adição de uma proteína da castanha-do-pará à soja. A intenção era a melhor possível: a dieta da África Ocidental costuma ser deficiente em metioniona, um aminoácido abundante na proteína produzida pela castanha-do-pará, de modo que parecia perfeitamente razoável inserir o gene dessa proteína na soja oeste-africana. Mas então alguém se lembrou de que as proteínas dessa castanha costumam provocar uma reação alérgica de graves conseqüências, e o projeto foi arquivado. Evidentemente, os cientistas não tinham a menos intenção de lançar um novo alimento passível de provocar choque anafilático em milhares de pessoas e decidiram cancelar tudo quando os riscos foram ponderados. Para a maioria dos comentadores, contudo, este foi um momento em que os engenheiros moleculares brincaram com fogo para atenuar as conseqüências. Em princípio, a engenharia genética pode até reduzir a presença de alérgenos nos alimentos e um dia talvez tenhamos uma castanha-do-pará isenta da proteína cuja inserção na soja foi considerada insegura ou perigosa.

Os transgênicos são indistinguíveis e podem prejudicar outras espécies de plantas. Em 1999, um estudo que se tornaria famoso mostrou que as lagartas da borboleta-monarca que se alimentavam de folhas fortemente salpicadas com pólen do milho Bt tendiam a perecer. Não foi uma constatação inesperada: o pólen Bt contém o gene Bt e, portanto, a toxina Bt - que é intencionalmente letal para os insetos. Mas nós todos amamos as borboletas, e os ambientalistas contrários aos alimentos transgênicos encontraram aí um ícone. A monarca seria apenas a primeira de muitas vítimas involuntárias da tecnologia transgênica? Após um exame mais minucioso, verificou-se que as condições experimentais sob as quais as lagartas foram testadas eram tão extremas - o níveis de pólen Bt tão elevados - que não nos diziam praticamente nada de valor prático sobre a provável mortalidade das populações de lagartas na natureza. Na realidade, um estudo subseqüente sugeriu que os efeitos das plantas Bt nas borboletas-monarcas (e em outros insetos circunstantes) são mínimos. Porém, mesmo que não fossem, deveríamos compara-los com o impacto da alternativa não-transgênica tradicional, os pesticidas. Como vimos, na ausência de métodos transgênicos, essas substâncias precisam ser aplicadas em doses pródigas para que a agricultura tenha a produtividade que a sociedade moderna exige. A toxina incorporada nas plantas Bt afeta apenas os insetos que de fato ingerem tecido vegetal (e, em menor grau, insetos expostos ao pólen Bt), ao passo que os pesticidas afetam todos os insetos - pragas ou não. A borboleta-monarca, se pudesse opinar sobre a questão, certamente votaria em favor do milho Bt.


Só esclarecendo o Bt que ele se refere é um gene inserido na planta que tem como principio fazer a planta produzir substâncias tóxicas a insetos, e realmente só afeta insetos por uma questão de diferença no Ph do sistema divestivo dos animais.

Pra quem se interessar li isso no livro DNA, o segredo da vida de James D. Watson.


A questão é a seguinte, grupos ditos ambientalistas atacam com todas as forças as propostas transgênicas, sem ao menos perceber que em questões de danos ambientais os transgênicos são muito mais eficientes (pois seus danos são mínimos), por que fazem isso? Certo que a Monsanto foi e ainda é uma industria das mais matadoras no mundo capitalista, mas não podemos considerar que o ideal dos trangênicos que a Monstanto se utiliza seja afetado pela imagem dessa indústria.
Eu mesmo fiquei indignado quando vi aquelas imagens de um membro do MST (ou seja lá qual for o movimento) que destruiu plantações de pesquisa da EMBRAPA.

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